Nesta segunda-feira (13), último dia de disputas no Peru, Rafael Macedo e Giovani Ferreira foram campeões, enquanto Leonardo Gonçalves e Rafael Buzacarini ficaram com pratas
A Seleção Brasileira de Judô faturou mais quatro medalhas no terceiro e último dia do Grand Prix de Lima, fechando a competição com onze atletas subindo ao pódio. Nesta segunda-feira (13), Giovani Ferreira (-100kg) e Leonardo Gonçalves (-100kg) protagonizaram mais uma final brasileira na capital peruana, com Giovani levando a melhor, enquanto Rafael Macedo (-90kg) levou o ouro do peso médio masculino e Rafael Buzacarini (+100kg) a prata do peso pesado. O resultado rendeu ao Brasil o título de campeão geral do evento.
Rafael Macedo vence decisão contra azeri para ficar com a medalha de ouro
A primeira medalha conquistada pelo Brasil neste terceiro dia de competição veio com Rafael Macedo (-90kg). E foi de ouro.
Para chegar ao topo do pódio de um Grand Prix pela segunda vez na carreira, ele passou por quatro confrontos, começando nas oitavas, contra o colombiano Daniel Paz Albarracin.
Macedo gabaritou o placar de pontuações. Primeiro, conseguiu um yuko que logo foi revisto e mudado para waza-ari pela arbitragem de vídeo; depois, um yuko e, logo após, um ippon para encerrar a luta. Já nas quartas, não teve dificuldades contra o sérvio Boris Rutovic e projetou o adversário em um belo ippon.
Na semifinal, veio o italiano Tiziano Falcone. Macedo começou levando um yuko, mas conseguiu igualar o placar. No golden score, após pontuações retiradas para os dois lados, jogou Falcone em waza-ari para avançar à final.
Nesta fase, ele enfrentou o azeri Murad Fatiyev, e fez o adversário bater em uma chave-de-braço bem encaixada. Ippon e medalha de ouro para o brasileiro, que foi pai recentemente e dedicou a conquista ao filho Joaquim, de apenas 20 dias de vida.
“Eu estou bem feliz, porque consegui me sentir bem na competição. Consegui fazer uma variedade de técnicas e eu gosto muito e prezo muito por esse estilo de judô. Dedico essa conquista ao Joaquim, meu filhinho de 20 dias, e à minha esposa, a Manoela, que está sendo guerreira demais nesses dias. Ela me ajudou bastante para a gente conseguir se preparar bem para essa competição aqui. Queria também dedicar essa vitória ao meu irmão, o João Macedo, que é um cara que me ajuda muito. Eu saio das lutas, entro no celular e ele está me falando as táticas e estratégias”, disse Macedo.
Na mesma categoria, o Brasil foi representado por Guilherme Schimidt, que estreou em novo peso após 14 meses sem competir devido à recuperação de uma cirurgia no joelho. Ele estreou bem, vencendo o estadunidense Oleksandr Nyzhnyk com um waza-ari seguido de estrangulamento. Na rodada seguinte, as oitavas, enfrentou o mesmo Fatiyev que lutou contra Macedo na final, e acabou levando a pior nas punições, mesmo estando a frente no placar com um yuko.
Giovani Ferreira e Léo Gonçalves fazem mais uma dobradinha brasileira em Lima
Se tem uma coisa que o Brasil gostou de fazer em Lima, foi dobradinhas nos pódios! Neste domingo (13), aconteceu a quarta do país na capital peruana, e a terceira no Grand Prix. No meio-pesado masculino (-100kg), Giovani Ferreira levou a medalha de ouro, enquanto Leonardo Gonçalves ficou com a prata.
Competindo pela primeira vez na nova categoria de peso, Giovani Ferreira, o Pezão, pode dizer que estreou com o pé direito. Mais cedo, a caminhada dele começou uma vitória por dois yuko e dois waza-ari no estadunidense Jared Causse. Depois, nas oitavas, passou pelo ucraniano Anton Savytskiy, com um yuko, e nas quartas marcou um belo ippon em Maksims Duinovs, da Letônia.
Na semifinal, o brasileiro teve seu caminho cruzado com o de Zelyn Kotsoiev, do Azerbaijão, atual campeão olímpico da categoria. Mas, conseguiu anular bem o jogo do adversário, marcou um yuko a pouco mais de um segundo para o fim e administrou a vantagem até o fim do relógio.
Classificado à decisão, enfrentou Leonardo Gonçalves, o outro brasileiro na categoria. A luta seguiu até o golden score, quando Pezão conseguiu reverter uma entrada de Léo e fazer com que o companheiro caísse de costas no tatame. Ippon.
Assim como Macedo, Giovani foi pai recentemente. O pequeno Pedro Henrique está prestes a completar dois meses e recebeu a homenagem do papai.
“Trabalho. Essa medalha representa muito trabalho. Eu subi de categoria e automaticamente veio mais trabalho. Eu estou muito feliz. É muito gratificante, ainda mais com a chave que eu fiz. E ganhar dos melhores do mundo é muito gratificante também. Sou muito grato por essa oportunidade, por essa coisa que eu estou vivendo. Quando eu ganhei a semifinal, eu liguei para minha esposa e meu filho estava no horário de almoço dele. Eu o chamei e ele olhou para mim. E isso já foi a minha medalha de ouro. Então eu sou grato por ter pessoas para cuidar de mim, para me fazer mais forte”, disse Pezão.
Já Leonardo veio de três vitórias antes da final. Primeiro, ele estreou contra o estadunidense Daniel Liubimovski nas punições (3-2), no golden score das oitavas, e nas quartas marcou um ippon relâmpago no tcheco Martin Bezdek.
Na semifinal, Léo enfrentou o francês Aurelien Diesse e venceu com um yuko e um ippon por chave-de-braço. A prata foi a terceira medalha dele no Circuito Mundial IJF neste ano.
“Eu e o Pezão somos bem amigos, então tem que saber separar essa parte para entrar no tatame. Eu lutei bem na competição, mas ele estava no dia dele, então todo o mérito é dele”, resumiu Léo.
Rafael Buzacarini leva primeira medalha no Circuito IJF em nova categoria de peso
Atleta olímpico na Rio 2016 e em Tóquio 2020, Rafael Buzacarini foi, por anos, um dos grandes nomes brasileiros do peso meio-pesado masculino (-100kg). Mas, para o ciclo de Los Angeles 2028, ele decidiu subir para o peso pesado (+100kg) e alcançar novos voos.
A jornada começou ainda em 2024, quando estreou na categoria com um bronze no CBI Troféu Brasil e, no mesmo mês, com um ouro no Campeonato Brasileiro Sênior. Já em cenário internacional, em 2025 ele foi prata no Open Pan-Americano do Rio e novamente prata no Campeonato Pan-Americano e Oceania. Agora, em Lima, veio a primeira medalha no Circuito Mundial IJF desta nova fase.
Buzacarini estreou contra o esloveno Vito Dragic, e venceu com um waza-ari seguido de imobilização para o ippon. Nas quartas, passou pelo azeri Ushangi Kokauri, cabeça-de-chave número um, por yuko, e na semifinal garantiu a medalha contra o cipriano Giannis Antoniou, com um novo yuko.
Já na final, o brasileiro enfrentou o tcheco Lukas Krpalek, campeão mundial e bi olímpico. A luta seguiu disputada até o golden score, quando Krpalek conseguiu encaixar a imobilização em Buzacarini.
Ainda no mesmo peso, o Brasil teve Lucas Lima no tatame. Ele venceu suas duas primeiras lutas, contra atletas do Uruguai e Chile; nas quartas perdeu justamente para Krpalek e, na repescagem, para o azeri Kanan Nasibov, ficando em sétimo lugar.
Enquanto isso, no feminino, o judô brasileiro teve como melhor resultado no dia o quinto lugar de Karol Gimenes (-78kg). Ela passou por duas adversárias nos combates eliminatórios, levou a pior contra francesa na semifinal e, na luta pelo bronze, foi imobilizada pela canadense Coralie Godbout.
Mais cedo, Beatriz Freitas (-78kg), Giovanna Santos (+78kg) e Kátia Alves (+78kg) deixaram a competição na primeira luta.
O próximo desafio da Seleção Brasileira será no Grand Prix de Guadalajara, no México, nos dias 17, 18 e 19 de outubro.
Resultados do Brasil no Grand Prix de Lima:
OURO — Jéssica Pereira (-52kg)
OURO — Daniel Cargnin (-73kg)
OURO — Rafael Macedo (-90kg)
OURO — Giovani Ferreira (-100kg)
PRATA — Gabriela Conceição (-52kg)
PRATA — Nauana Silva (-63kg)
PRATA — Leonardo Gonçalves (-100kg)
PRATA — Rafael Buzacarini (+100kg)
BRONZE — Shirlen Nascimento (-57kg)
BRONZE — Jéssica Lima (-57kg)
BRONZE — Gabriel Falcão (-81kg)
5º LUGAR — Michel Augusto (-60kg)
5º LUGAR — Aléxia Nascimento (-48kg)
5º LUGAR — Ronald Lima (-66kg)
5º LUGAR — Rafaela Silva (-63kg)
5º LUGAR — Karol Gimenes (-78kg)
7º LUGAR — Ellen Froner (-70kg)
7º LUGAR — Lucas Lima (+100kg)











