Superguia da Liga das Nações vôlei masculina 2025: Veja análise, elenco e chances do Brasil

Equipe brasileira será testada pela primeira vez no ciclo olímpico

Foto: Volleyball World
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*Por Matheus Maia, João Vitor Prudente, Maria Eduarda Castro, Paulo Guimarães e Jennifer Camargo

A Liga das Nações de Vôlei (VNL) é o principal campeonato disputado anualmente entre as seleções de vôlei. Criada em 2018, substituiu a Liga Mundial e o Grand Prix, e deu uma nova cara ao calendário da modalidade – focado na ampliação do alcance e no dinamismo. Durante três semanas, as 18 melhores equipes do mundo se enfrentarão em diversas sedes.

A VNL virou um verdadeiro laboratório para técnicos e atletas. É o momento ideal para testar novas formações, dar chance a jovens talentos e medir forças contra velhos e novos rivais. As partidas costumam ser uma prévia do que vem por aí nos grandes campeonatos, especialmente nos Jogos Olímpicos e o Mundial, que acontece ainda neste ano.

Mesmo sem garantir vaga direta para estas competições, a VNL influencia o ranking mundial. Quem vai bem na Liga das Nações, ganha moral no cenário internacional e fica mais próximo do maior sonho de qualquer atleta: uma medalha olímpica. Neste guia, você vai entender melhor como tudo isso funciona e o que esperar da edição atual da VNL.

Foto: Reprodução Time Brasil

Edição atual tem mudança no formato de competição

Com algumas mudanças de formato, a sétima edição da Liga das Nações (VNL) de vôlei feminino se inicia dia 11 de junho e vai até dia 03 de agosto de 2025, abrindo a temporada de seleções.

A primeira mudança é o aumento no número de equipes participantes. Em 2024, 16 países participaram da disputa. Em 2025 são 18. Com a mudança, a China, vencedora da Challenger Cup no ano passado, e a Ucrânia, seleção mais bem colocada no ranking mundial, estão na VNL 2025.

Além do Brasil e dos países mencionados acima, Argentina, Bulgária, Canadá, Cuba, França, Alemanha, Irã, Itália, Japão, Países Baixos, Polônia, Sérvia, Eslovênia, Turquia e Estados Unidos compõem a VNL masculina em 2025.

A mudança no número de equipes gera também alterações no calendário da fase preliminar, que foi dividida em um período de três semanas. Nessa fase, serão três grupos rotativos com seis seleções cada um, no qual cada equipe jogará 12 partidas em três locais diferentes.

O número de dias de competição cai de seis para cinco na semana, tendo uma semana a mais de descanso. Após a segunda semana da VNL masculina, haverá uma pausa de uma semana nos dois naipes.

Na fase eliminatória as oito melhores equipes avançam para a fase final. Nesta fase, a grande mudança é o fim da “proteção” para as equipes principais e desafiadoras que até 2024 não podiam ser rebaixadas. A partir deste ano, a pior seleção classificada na competição será rebaixada, dando lugar à seleção mais bem colocada no ranking mundial que ainda não está na Liga das Nações.

A China, país-sede da fase final da Liga das Nações feminina, tem vaga garantida nas quartas de final. Portanto, se a equipe chinesa encerrar a fase preliminar abaixo do top-8, a oitava seleção melhor classificada será eliminada, e a China será considerada a oitava pior geral. Na fase de mata-mata, o cruzamento é olímpico: 1º x 8º (ou país-sede que não se classificar por forças próprias), 2º x 7º, 3º x 6º e 4º x 5º.

O esquema de pontuação da fase classificatória permanece o mesmo: Vitórias por 3 a 0 ou 3 a 1 garantem três pontos para o vencedor e uma vitória por 3 a 2 garantem dois pontos para o vencedor e um para o perdedor.

Mauricio Val/FVImagem/CBV/Direitos Reservados

As chances do Brasil

Em processo de profunda renovação, Bernardinho projeta um início de VNL complicado para a Seleção Masculina. Após o anúncio de aposentadoria da seleção de atletas que eram seus pilares na montagem da equipe, como o levantador Bruninho e o central Lucão, o técnico Bernardinho terá que promover um esperado processo de renovação da seleção masculina de vôlei.

O treinador brasileiro ainda sinalizou que iniciar a VNL no Rio de Janeiro pode trazer uma pressão precoce para o grupo que está sendo formado. Ainda assim, será um teste valioso para analisar o nível que devemos esperar deste grupo no mundial de vôlei masculino, que acontece em setembro deste ano.

Após a derrota para os Estados Unidos e a consequente eliminação nas quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a seleção masculina de vôlei do Brasil irá iniciar seu processo de renovação pela Liga das Nações 2025 e jogando em casa. No entanto, os adversários prometem complicar a vida da nossa seleção.

A estreia brasileira será contra o Irã, no dia 11 de junho, um adversário em constante evolução e com um projeto de base sólido; no dia seguinte o Brasil enfrentará Cuba e toda a rivalidade envolvendo as duas seleções; No dia 13 pega a Ucrânia, sempre revelando novos talentos; E fecha a primeira semana no dia 15 de junho, contra a Eslovênia, equipe que cresceu muito nas última competições mundiais.

Para os jogos desta primeira semana, a expectativa é que o Maracanãzinho esteja cheio como habitualmente para acompanhar a seleção brasileira, ainda assim, o técnico Bernardinho considera que iniciar este ciclo em casa pode trazer problemas:

“Eu não queria começar aqui porque é pressão, é um novo grupo que não precisava passar por isso em um primeiro momento com uma chave extremamente dura.Então assim, a gente vai sofrer pressão, vamos receber críticas e tal. Isso vai acontecer, mas se nós soubermos entender isso como uma forma de fortalecer e criar casca, a gente chega lá”, sinalizou Bernardinho em entrevista ao portal Olympics.

No final de junho, na segunda semana de competição, o Brasil vai até Chicago, nos Estados Unidos, e terá a oportunidade de fazer dois jogos contra equipes tradicionalmente mais fracas em sequência, Canadá, no dia 25, e China, no dia 26, no entanto, os dois jogos seguintes serão duas pedreiras: a semifinalista dos Jogos de Paris, Itália, no dia 28 e no dia seguinte fecha a semana 2 contra a equipe medalhista de prata na última olimpíada, a Polônia.

A última semana da fase de grupos será realizada no Japão, na metade de julho. No dia 16, a seleção brasileira encara sua principal rival continental e algoz da disputa pelo bronze em Tóquio-2020, a Argentina. No dia 18, é a vez do Brasil encarar a Turquia, equipe que não é potência como no feminino mas tem bons resultados recentes.

No dia seguinte, mais um duelo complicado, os brasileiros encaram o Japão, com uma torcida apaixonada por vôlei, e que tem se consolidado como uma das novas potências da modalidade. Fechando a primeira fase, teremos um confronto contra a Alemanha, rival sem tanta tradição, mas que venceu a equipe brasileira no Pré-Olímpico em 2023 e quase tirou nossa equipe de Paris-2024.

A busca por novas referências na Seleção Masculina de vôlei

Enquanto alguns nomes saem de cena, outros nomes vão surgindo na Seleção Masculina de Vôlei do Brasil e inevitavelmente, a procura por referências técnicas e lideranças passam a ter relevância no processo de construção do grupo que inicia o ciclo olímpico para Los Angeles 2028. Nomes como Bruninho, Lucão e Leal, já declararam que não têm a intenção de retornar à seleção, enquanto Thales, que não se pronunciou sobre se aceitaria novas convocações, deverá dar espaço para que o técnico brasileiro teste novos nomes neste ciclo.

Os destaques nesta convocação para a primeira semana ficaram para o levantador Cachopa e o oposto Alan, que estiveram com a seleção brasileira nas duas últimas Olimpíadas, além do experiente central Flávio, que acumula boas passagens pela seleção nos últimos anos. Além destes nomes, o ponteiro Lucarelli também desponta como uma destas referências que podem auxiliar o técnico Bernardinho a conduzir o processo de renovação deste grupo.

Entre os jovens, a expectativa é pela participação de alguns destaques da Superliga Masculina de Vôlei, como os ponteiros Maicon e Paulo, além do oposto Darlan, sempre um dos destaques do Brasil. Quem também deve receber atenção especial é o líbero Maique, que terá a responsabilidade de substituir um dos homens de confiança de Bernardinho: o líbero Thales.

Seleção em processo de aperfeiçoamento e atenção ao saque

Focado no processo de reconstrução da equipe, o técnico Bernardinho já declarou que este é um trabalho para os próximos quatro anos e parte deste processo é propiciar a estes jogadores maior experiência internacional neste início de ciclo olímpico.

A promessa de mesclar jovens atletas vindos da Superliga nacional e jogadores mais experientes para disputar a VNL passa também pela preocupação de equilibrar o passe, um dos pontos de maior crítica aos dois últimos ciclos da seleção brasileira, além de um alerta do próprio treinador da necessidade de melhorar o saque no Brasil, que não acompanhou a evolução das principais seleções do cenário mundial.

Por outro lado, Bernardinho espera poder contar com o comprometimento técnico e tático dos jovens jogadores, aproveitando a jovialidade de parte do elenco para que a equipe esteja fisicamente apta para todos os tipos de situações nas partidas.

O senso coletivo e jogadores que ainda são pouco estudados por adversários podem se tornar armas importantes na estratégia da seleção brasileira para que a equipe ganhe jogos e possa avançar na VNL, criando casca para seguir o processo de aperfeiçoamento que busca culminar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles.

Confrontos decisivos e adversários diretos

O crescimento técnico do vôlei mundial levou a uma expansão no número de equipes para esta temporada de VNL e ampliou a possibilidade de grandes confrontos já nesta primeira fase da competição. O equilíbrio deve persistir na fase final, ressaltando o fato da decisão ser em local neutro, visto que a equipe chinesa não está entre as seleções apontadas como favoritas.

Já na primeira semana, a seleção cubana será o primeiro grande desafio para a equipe brasileira. Contando com nomes consolidados no cenário internacional, vários jogadores atuando fora de Cuba, como López, que passou pelo Sada Cruzeiro, e Gutierrez que fez grande temporada pelo italiano Modena. O fator casa pode ser decisivo para nossa seleção, mas como todo clássico continental deve ser uma partida marcada por rivalidade e um jogo longo.

A segunda semana vem com duelos que devem ser decisivos para a classificação da seleção brasileira, mas valerão principalmente para avaliar o nível que se encontra o novo grupo de jogadores do Brasil. Além do jogo contra a Itália, rival tradicional que já decidiu medalha de ouro contra a nossa seleção, teremos o grande confronto contra a Polônia.

Liderados pelo ponteiro Wilfredo Leon e pelo oposto Lukasz Kaczmarek, a equipe polonesa chega favorita para o duelo e como um dos principais candidatos ao título da Liga das Nações.

Na última semana, além do grande clássico regional contra a Argentina, nossa seleção será testada contra a seleção japonesa, que joga em casa e deve estar entre os oito classificados para a fase final. Ainda sem grande tradição, os japoneses contam grandes jogadores como Yuji Nishida e Ran Takahashi que mudaram o patamar do vôlei masculino no seu país e fazem com que a seleção possa sonhar em estar entre as melhores do mundo em breve.

Campeã em duas das últimas três edições de VNL, a bi-campeã olímpica França chega mais uma vez como a principal favorita da competição. Um pouco abaixo dessas seleções estão os Estados Unidos, que sempre é uma seleção que chega forte e inicia mais um ciclo olímpico com renovações.

Quem tem a chance de ser testado nessa etapa

Com a ausência de Bruninho, Cachopa passa naturalmente a ser o levantador titular da Seleção Brasileira, no entanto, a tendência é que durante a Liga das Nações o técnico Bernardinho teste alguns outro nomes na posição, com Matheus Brasília, levantador do Sada Cruzeiro, saindo na frente desta disputa mas a tendência é que Rhendrick possa aparecer também entre os titulares.

Outra posição que tende a passar por reformulação é a de líbero, com Maique enfim assumindo esta posição na seleção mas disputando posição com outro atleta do Sada Cruzeiro, o líbero Alê.

Dos inscritos para VNL aparecem nomes que no decorrer do ciclo olímpico até Los Angeles 2028 serão testados, mas que nesta etapa ainda não devem ser testados, como o levantador Bieler, o central Léo e o oposto Oppenkoski.

No entanto, algumas situações podem antecipar alguns testes como na posição de ponteiro, já que Lucarelli está lesionado e fora da primeira semana, dando margem para que novos nomes como Paulo Vinícius e Maicon possam receber a oportunidade de estar nos jogos iniciais do Brasil.

A posição de central talvez seja a que requer maior atenção e o grande nome da vez é Judson – apontado por Lucão como o melhor jogador da posição na atualidade. Ele deve fazer dupla com o experiente Flávio e ainda podem ter novos nomes sendo testados durante a VNL. É o caso de Guilherme Voss, que atualmente atua no vôlei francês.

Foto: Volleyball World

Principais seleções

A Liga das Nações de Vôlei Masculino (VNL) 2025 reúne 18 seleções: Alemanha, Argentina, Brasil, Bulgária, Canadá, China, Cuba, Eslovênia, Estados Unidos, França, Holanda, Irã, Itália, Japão, Polônia, Sérvia, Turquia e Ucrânia. Algumas se destacam como favoritas ao título, enquanto outras carregam potencial para surpreender ao longo da fase classificatória e nos confrontos decisivos.

A Polônia, atual líder do ranking mundial, chega com status de uma das favoritas após resultados consistentes nos últimos anos, incluindo a prata olímpica em Paris. Já a França, campeã da última edição da VNL e também ouro nos Jogos de 2024, vive o melhor momento da sua geração e entra forte na briga pelo bicampeonato.

Quem também vem embalada é a seleção do Japão, vice-campeã em 2024, que conquistou espaço no cenário internacional com a proposta de jogo veloz e técnico. A Itália, campeã mundial em 2022, aposta em uma base jovem e muito entrosada, enquanto os Estados Unidos, bronze nas últimas Olimpíadas, confiam na experiência de nomes consolidados internacionalmente para voltar ao topo.

Entre as equipes que podem surpreender, a Eslovênia aparece com força: vem de uma campanha sólida na última temporada e já mostrou que sabe encarar os grandes. O Brasil, mesmo sem viver uma fase dominante como no passado, ainda é uma potência – novamente sob o comando de Bernardinho e com uma mescla de gerações, pode reencontrar o caminho das vitórias.

Também é bom ficar de olho na Argentina, que mantém uma base competitiva desde a medalha de bronze em Tóquio, e no Canadá, uma equipe física, em crescimento técnico, que costuma causar problemas aos adversários favoritos. A Sérvia, apesar de um momento mais instável, tem tradição suficiente para virar o jogo a qualquer momento.

Calendário de jogos do Brasil e onde assistir

Todas as partidas terão transmissão do SporTV2 e da VBTV.

1ª etapa: Rio de Janeiro, Brasil

  • 11 de junho, às 17h30 – Brasil x Irã
  • 12 de junho, às 17h30 – Brasil x Cuba
  • 14 de junho, às 10h – Brasil x Ucrânia
  • 15 de junho, às 10h – Brasil x Eslovênia (também será transmitido na Globo)

2ª etapa: Chicago, Estados Unidos (horário de Brasília)

  • 25 de junho, às 18h – Brasil x Canadá
  • 26 de junho, às 18h – Brasil x China
  • 28 de junho, às 18h – Brasil x Itália
  • 29 de junho, às 18h – Brasil x Polônia

3ª etapa: Kanto, Japão (horário de Brasília)

  • 16 de julho, às 00h30 – Brasil x Argentina
  • 18 de julho, às 4h – Brasil x Turquia
  • 19 de julho, às 7h30 – Brasil x Japão
  • 20 de julho, às 5h30 – Brasil x Alemanha

Demais sedes

  • Semana 1: Quebec, no Canadá, e Xi’an, na China
  • Semana 2: Burgas, Bulgária, e Belgrado, na Sérvia
  • Semana 3: Gdansk, na Polônia, e Ljubljana, na Eslovênia

Fase final: de 30 de julho a 3 de agosto, local e horários a confirmar

Redação Surto Olímpico

Redação Surto Olímpico

Desde 2011, vivendo os esportes olímpicos e paralímpicos com intensidade o ano inteiro. Estamos por trás de cada matéria, cobertura e bastidor que conecta atletas e torcedores com informação acessível, atualizada e verdadeira.
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