Em 15 de outubro de 1975, João do Pulo assombrou o mundo ao quebrar o recorde mundial do salto triplo
15 de outubro é um dia histórico para o esporte brasileiro. Há 50 anos atrás, João Carlos de Oliveira se transformou em João do Pulo ao aniquilar o antigo recorde mundial do salto triplo com a marca de 17,89m, na final dos Jogos Pan-americanos da Cidade do México.
João tinha apenas 21 anos na época e era uma jovem promessa do atletismo brasileiro, já que aos 19 anos, tinha batido o recorde mundial júnior do salto triplo e era o herdeiro natural de uma prova que teve Adhemar Ferreira da Silva e Nélson Prudêncio, ainda em atividade na época, como os seus expoentes.
Na Cidade do México, João já era procurado pela imprensa brasileira no México, e lá se ouviu pela primeira vez o apelido que marcaria a vida de João Carlos. Segundo o seu técnico ‘Pedrão’, um repórter procurando por João perguntou a um atleta, que respondeu: “Ah, o João do Pulo?”
João já tinha conquistado o ouro no salto em distância com 8,19m, mas no salto triplo veio a marca que o imortalizou: 17,89m , simplesmente 45 centímetros a mais que antiga marca, do russo Viktor Saneyev. A marca é tão incrível que levou 10 anos para ser derrubada, pelo estadunidense Willian Banks – 17,97m. Já como recorde sul-americano, a marca perdurou por 32 anos, quando Jadel Gregório fez 17,90m em 2007. E ainda hoje é a décima terceira melhor marca da história da prova.
Foi eleito um dos 10 melhores triplistas do século 20 pela World Athletics, ficando com o 4º lugar da lista. Adhemar Ferreira da Silva ficou em 3º e Nelson Prudêncio em 8º, mostrando a força do Brasil na prova.
Após virar uma celebridade esportiva após o feito, João do Pulo se tornou tricampeão mundial e medalhista de bronze em Montreal-1976 e Moscou-1980 (esta de forma bem controversa pois existe a suspeita até hoje de que João teve saltos válidos anulados para que os saltadores soviéticos ficassem com o ouro.)
No fim de 1981, uma tragédia abalou a sua vida. Ele sofreu um grave acidente de carro em São Paulo. Aos 27 anos, após meses internado e vinte sete cirurgias, ele precisou amputar a perna direita, o que pôs fim à sua carreira esportiva. Ele virou político, sendo deputado estadual em São Paulo. Mas a depressão veio, e ao se entregar à bebida para aplacar o vazio, acabou falecendo aos 45 anos, vítima de uma cirrose hepática.











