Maria Clara Pacheco fala do orgulho de ser campeã mundial e caminho ao título na China: “fico muito feliz de saber que eu tô no caminho certo”

Brasileira conquistou o Mundial de taekwondo após superar campeã olimpíca e mundial na China

Foto: World Taekwondo
Foto: World Taekwondo

A lutadora Maria Clara Pacheco (-57kg) falou sobre a conquista da primeira medalha de ouro do Brasil no Mundial de Taekwondo, na última sexta (24), em Wuxi, na China, após 20 anos. Maria comentou sobre a importância de vencer as melhores do mundo no início do ciclo olímpico e a importância do apoio da família e da pioneira Natália Falavigna para alcançar o feito histórico.

Pacheco mostra que a olimpíada de Paris-2024, na França, disputa em que a brasileira caiu na segunda rodada, ficou para trás. Maria Clara começa a caminhada para os Jogos de LA-2028, nos EUA, invicta na temporada e no topo do mundo.

A brasileira conquistou o Rio Open 2025, torneio realizado na Arena Carioca 1, no Parque Olímpico do Rio de Janeiro, os Grand Prix de Charlotte, nos EUA, e Muju, na Coreia do Sul, além dos Jogos Universitários, em Rhine-Ruhr, na Alemanha, e a President’s Cup Pan-Am, em Lima, no Peru.

Com grande temporada, Pacheco entrou no Mundial como a nª1 do mundo e, assim, como a principal favorita a conquista do torneio. No entanto, a sul-coreana Yu-Jin Kim, atual campeã olímpica, e a ex-campeã mundial chinesa, Zongsh Luo, eram as principais adversárias de Maria.

Em grande campanha, a paulista superou Luo na semifina e Kim na decisão de ouro. Anteriormente, Pacheco havia derrotado a portuguesa Leonor Correia, a espanhola Laura Rodriguez e a estadunidense Faith Dillon para alcançar a medalha no torneio chinês.

O orgulho da brasileira era exaltado na entrevista, Maria Clara falou sobre a importância da conquista e que a ‘ficha não caiu ainda’, “ser campeã mundial de taekwondo era meu sonho. Junto com os Jogos Olímpicos, são as duas competições que eu mais almejava e já ter conquistado um desses dois grandes objetivos me deixa muito feliz e muito empolgada para o resto do ciclo.”

“Eu sei que são as mesmas as mesmas adversárias que eu vou enfrentar ao longo do ciclo e eu sei que eu já consigo ganhar delas, que é tudo uma questão de realmente estar num dia bom ali, estar bem preparada para para as próximas nas competições que vão vir. Então, eu fico muito feliz de ter conquistado já isso. Ainda não caiu a ficha, eu ainda não tô tão empolgada quanto eu acredito que eu deveria estar. Eu ainda tô processando tudo isso, mas eu fico muito feliz de saber que eu tô no caminho certo”, falou a lutadora com sorriso no rosto.

Pacheco também comentou sobre a chave e os principais desafios no caminho do título, “então, foram adversárias bem difíceis mesmo e com grandes títulos. Eu já havia (as) enfrentado antes, até por isso eu falo que cada competição que eu luto, mesmo estando muito no começo do ciclo, é um aprendizado para mim, me dá grande vantagem (…), foi o que aconteceu nesse campeonato. Eu já havia lutado com tanto com a coreana, quanto com a chinesa, quanto com a americana que eu fiz a disputa de medalha, já havia perdido, já havia ganhado.”

World Taekwondo

A foto das atletas que compuseram o pódio da categoria -57kg do Mundial de taekwondo mostra que Maria Clara (medalha de ouro) é a mais baixa do quarteto, o que poderia ser visto como desvantagem foi transformado em diferencial, como contou a paulista, “isso no começo era uma dificuldade muito grande quando eu migrei para categoria 57 kg, porque desde sempre eu sempre fui ali a mais baixa, na maioria das competições eu acabo enfrentando enfrentando adversárias muito mais altas do que eu. E isso no começo era algo que me atrapalhava muito. Eu sempre pegava ali as meninas mais altas para lutar e não conseguia desenvolver a luta.”

“Na verdade, eu acredito que era mais uma falta de estratégia ali, uma falta de de ter um plano do que eu iria fazer e hoje em dia com esse plano bem ajustado, com a estratégia em dia a gente consegue ali colocar o meu melhor contra a luta dela. Acabo sim apelando um pouquinho para força, a gente acaba tentando aproveitar o que eu sou mais baixa e eu tenho um pouquinho mais de vantagem de peso em questão de força”, continuou a campeã mundial.

Maria finalizou em seguida, “a gente vai um pouquinho para brutalidade e acho que foram pequenas mudanças estratégicas ali de distância, de referência de perna, de controle de luta, controle de quadra que acabaram melhorando e fazendo com que eu me adaptasse tão bem a lutar com essas meninas, hoje em dia é algo que já é normal para mim.”

O título de Maria Clara Pacheco encerrou uma seca de 20 anos sem medalhas de ouro na modalidade. A última conquista em torneios do nível foi de Natália Falavigna, em 2005. A atleta aposentada é uma grande inspiração para Pacheco, que exaltou, em resposta ao Surto Olímpico, a parceria com a compatriota como chave da evolução esportiva, “conheci a Natália desde muito novinha, quando eu entrei na seleção júnior, ela era coordenadora da Confederação na época. Então eu já tive um contato muito próximo com ela ali desde muito nova, isso também serviu como uma inspiração para mim, de estar ali perto de uma pessoa que conquistou tudo o que eu queria conquistar e de ter uma inspiração assim tão perto.

“E aí conforme os anos foram passando e eu fui ingressando na seleção adulta, eu comecei a trabalhar com ela diretamente, tive bastante contato com ela dentro do comitê olímpico. Então hoje ela é uma pessoa que me ajuda muito, que representa muito bem o taekwondo dentro do Comitê Olímpico e luta pela gente lá. Então, ela é uma pessoa que me ajuda, que não só me inspira, mas que tá trabalhando comigo ali diretamente. E agora nessa competição eu tive a honra de lutar com ela aqui, ela veio assistir a gente, veio ajudar a gente aqui nessa competição. Então, foi um orgulho muito grande conquistar a medalha com ela ali do lado torcendo por mim e vibrando junto”, completou Maria.

Matheus Maia

Matheus Maia

Jornalista esportivo, longboarder nas horas vagas e carioca de 27 anos. Escrevo sobre tênis, vôlei, canoagem e muito mais. Surtado desde 2023. Contato: maia.matheusvb@gmail.com.
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